Por Redação | Portal A Gazeta RM
Na tarde desta quinta-feira (22), amigos e familiares de Kelsy Santos, de 37 anos, foram às ruas de Bananal em uma manifestação pacífica para pedir justiça pela morte da jovem, ocorrida em 10 de maio de 2025, após atendimento na Unidade Mista de Saúde da cidade. O ato, que reuniu dezenas de pessoas, aconteceu em frente ao hospital e foi marcado por cartazes, palavras de ordem e fortes relatos de indignação.
A mãe de Kelsy, Vicentina Rosa dos Santos, emocionou a todos ao relatar publicamente a dor da perda e denunciar com veemência a suposta negligência médica que, segundo ela, levou à morte da filha. Em seu depoimento à reportagem, Vicentina descreveu a situação como “desumana” e criticou duramente as condições da unidade de saúde e o atendimento prestado.
“Chegamos ao hospital de Cruzeiro e o médico me disse: ‘Eles matam lá e mandam para cá para dar o último suspiro’. É triste e doloroso ouvir isso. Minha filha não morreu de pneumonia, ela morreu de negligência”, afirmou. Segundo ela, o atendimento foi caótico, com equipamentos defeituosos, falta de oxigênio, uma sala suja e sem preparação adequada.
Vicentina ainda acusou a istração municipal de tentar “maquiar” a sala de emergência após a morte de Kelsy, como se fosse uma nova estrutura inaugurada, quando na verdade, segundo ela, faltavam insumos básicos e até mesmo higienização. “Minha filha implorava para viver, dizia que queria respirar. E foi levada numa ambulância sucateada, com um equipamento quebrado que não registrava mais nada. Tudo isso diante dos meus olhos, sem que eu pudesse fazer nada.”
A mãe também repudiou qualquer tentativa de intimidação por parte do poder público. “O prefeito teve a cara de pau de me levar numa reunião e depois mostrar a sala maquiada como se fosse outra realidade. Eu não vou me calar”, declarou, pedindo que a investigação do caso seja conduzida por órgãos externos, e não pela prefeitura ou vereadores da base do governo.
Durante o ato, Vicentina deixou claro que sua luta não é por dinheiro nem por política. “Eu quero justiça, não vingança. Não quero que outras mães em o que estou ando. A morte da minha filha não pode ser só mais uma estatística.”
A manifestação terminou de forma pacífica, mas o clima na cidade é de tensão e cobrança por respostas. O caso foi denunciado ao Ministério Público, e a família reforça que não aceitará investigações conduzidas por pessoas ligadas à istração municipal.
A morte de Kelsy Santos, que deixou três filhos, continua gerando comoção em Bananal. E, pelas palavras de sua mãe, esse é apenas o começo de uma luta por justiça que promete não silenciar.








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